domingo, 4 de dezembro de 2011

Homenagem ao Dr. Sócrates um dos mais notáveis jogadores do futebol brasileiro


O Instituto Mais Memória congratula Dr. Sócrates, um dos mais notáveis jogadores da história do futebol brasileiro, que aniversariou no  dia 19 de fevereiro.  Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, nasceu na cidade de Belém-PA, no ano de 1954.  Portanto completou  57  anos.

Médico por formação, demorou a aderir definitivamente a carreira de jogador.  Conciliava os estudos em Ribeirão Preto, jogando pelo Botafogo. Segundo depoimento do próprio, já sonhando em se tornar jogador profissional, mas tinha dúvidas se conseguiria em função do objetivo na conclusão do curso de medicina, que atrasou sua dedicação ao esporte, haja vista que somente a partir de 1978, já aos 24 anos, iniciou definitivamente a carreira ao transferir-se para o Corinthians.
Disputou o campeonato de 1977 ainda pelo Botafogo, quando se tornou artilheiro do campeonato paulista, vencido pelo Timão.
Poderia inclusive, ter disputado a Copa da Argentina, pois já despontava como fabuloso e diferenciado jogador.


Porém é com a venda ao Corinthians em 1978, que Dr. Sócrates vai se tornar o maior ídolo do time do Parque São Jorge, após a era Rivellino.  Após a quebra do jejum de 1977, Dr. Sócrates passou a ser o grande líder dos mosqueteiros e no período - 1978-1984, foi um extraordinário jogador, com engajamento político e atuação espetacular nos campos.


Dr Sócrates no Botafogo de Ribeirão Preto do Paulistão de 1977. Em pé: Mario, Paulão, Lorico, Leonetti, Tonhão e Macalé. Agachados: João Carlos Traina, Sócrates, Arlindo, Zito e Wágner Pisca.
Zé Mario (à frente) e Sócrates fizeram boas tabelinhas no  Botafogo de Ribeirão. A dupla enfrentou naquele dia o Corinthians, de Wladimir. O botafoguense ao fundo é Osmarzinho. A foto é do livro “Botafogo Uma História de Amor e Glórias”, de Igor Ramos.
Sócrates se firmou no Corinthians a partir de 1978, fazendo dupla com Geraldão, seu ex companheiro de Botafogo. Vale ressaltar que Geraldo chegou primeiro ao Timão, pois já fora campeão paulista em 1977. no famoso gol de Bazílio contra a Ponte Preta.
Dentre seus grandes companheiros de ataque, destacamos Palhinha (espetacular atacante oriundo do Cruzeiro) e Casagrande (oriundo das divisões do base do timão).




Sócrates e Palhinha um dupla talentosa e decisiva. Na foto observados por Waguinho, também atacante de enorme qualidade na década de 70.




Em pé: Jairo, Luis Cláudio, Amaral, Ademir Gonçalves, Nobre e Wladimir. Agachados: Vaguinho, Palhinha, Rui Rei, Sócrates e Romeu. Neste jogo, o Corinthians empatou com o Santos por 1 a 1 na estréia de Sócrates com a camisa do Timão.
Corinthians campeão paulista de 1979, título decidido contra a Ponte Preta apenas no início de 1980. Foto- 20.02.1980. Em pé estão Jairo, Mauro, Luis Cláudio, Amaral, Caçapava (ex-Internacional) e Romeu Cambalhota. Agachados: Píter, Biro-Biro, Palhinha, Dr. Sócrates e Wladimir.

O ENGAJAMENTO POLÍTICO
A partir de 1979, com a abertura política no Brasil e o retorno gradativo da Democracia, Dr. Sócrates cumpriu um papel que até então nenhum jogador do futebol brasileiro, havia realizado.  Lutou por uma nova relação profissional dos clubes e jogadores e implantou no Corinthians, um modelo de administração que ficou denominado de “Democracia Corinthiana”, juntamente com Wladimir, Casagrande e Zenon.  Teve como parceiro o dirigente Adilson Monteiro.  Participou efetivamente como ativista político na campanha pela volta das Eleições Diretas para Presidente, no movimento denominado Diretas Já.  Esteve em comícios, discursando, comandando e liderando com sua participação.  Chegou a afirmar que em caso de aprovação das Diretas Já (Emenda Dante de Oliveira -  não aprovada no Congresso Nacional),  não aceitaria ser vendido para a Europa.
Independente do movimento político, Sócrates foi um vencedor e ídolo no Corinthians.  Campeão paulista em 1979, 1982 e 1983.  Disputou com destaque os campeonatos brasileiros, levando o Corinthians a posições de destaque.  Certamente o melhor momento foi a semifinal contra o Fluminense em 1984, quando perdeu para o time carioca, numa disputa extraordinária.
O passe de calcanhar foi uma das marcas registradas do Dr. Sócrates.  Ninguém teve um passe tão preciso e bonito como o atacante corinthiano.
Luta pela eleição livre e com firme posição ideológica.

As novas gerações não tem dimensão do papel do Dr. Sócrates no processo político brasileiro.  Esperava-se que ao terminar a carreira pudesse se candidatar a algum cargo público, fato que não se concretizou.

PASSAGEM PELA FIORENTINA
Em 1984, Sócrates foi vendido a Fiorentina da Itália.  Não se adaptou, apesar de ter sido acolhido, por uma das cidades mais importantes no aspecto cultural do  mundo.  Jogou duas temporadas, sem destaque, e retornou ao Brasil para atuar no Flamengo.
 PASSAGEM RÁPIDA NO FLAMENGO
Com a saída da Fiorentina, esperava-se que Sócrates retornasse ao Corinthians. Porém ele preferiu o Flamengo e jogou duas temporadas pelo Flamengo, também com Zico que retornara da Udinese.
Conseguiu o título de campeão carioca em 1986 e aposentou-se no início de 1987.

Esperança de títulos para a Gávea.

Flamengo 1986: Em pé: Leandro, Cantarelli, Mozer, Andrade, Jorginho e Adalberto.  Agachados: Bebeto, Dr. Sócrates, Chiquinho, Zico e Adílio.
RETORNO AO SANTOS E A DESPEDIDA DO FUTEBOL
Após se aposentar ficou parado todo o ano de 1987.  Surpreendentemente retornou em 1988 ao futebol, defendendo a camisa do Santos.  Alguns lampejos, porém sem o preparo físico ideal, apesar de demonstrar a categoria inigualável de sempre. Em 1989, aposentou-se definitivamente aos 35 anos.

SÓCRATES E A SELEÇÃO BRASILEIRA
Dr. Sócrates fez sua estreia na Seleção em 1979.  Início espetacular após a Copa da Argentina. Até chegar a Copa do Mundo de 1982, na Espanha, fez excelentes atuações . Das  eliminatórias até a preparação para a Copa, passando pelo mundialito no Uruguai (Torneio comemorativo dos 50 anos do Estádio Centenário), Dr. Sócrates foi soberbo, tornando-se um dos jogadores mais famosos do mundo.
Fez 63 jogos pelo Brasil, com 41 vitórias, 17 empates e 5 derrotas.
Em Copas do Mundo, disputou 10 jogos com 8 vitórias, 1 empate (contra a França, no qual o Brasil perdeu a decisão nos penaltis) e 1 derrota, exatamente para a Itália em 82, 2-3, no Sarriá.
 O jogo contra a França foi sua última partida pela Seleção Brasleira.


Na história do futebol brasileiro, poucos jogadores foram tão cerebrais e habilidosos como Dr. Sócrates.


A Seleção dos sonhos que caiu perante a Itália no Sarriá: Em pé: Waldir Peres, Leandro, Oscar,Falcão, Luisinho e Junior. Agachados: Sócrates, Toninho Cerezzo, Serginho, Zico e Éder.
Brasil no jogo contra a França – Copa do México de 1986 – decisão nos pênaltis.   

Sócrates, assim como Zico, Zizinho, Ademir Menezes e Leônidas da Silva, mesmo estando entre os maiores jogadores da história do futebol mundial, não conseguiu título de campeão mundial de futebol em Copas.
No caso de Sócrates, em sua primeira Copa em 1982, ele foi simplesmente magistral, dividindo com Falcão e Zico a posição de melhores da Copa do Mundo.  Além de fazer uma Copa extraordinária, foi decisivo no primeiro jogo, contra a Rússia, com um gol de fora da área espetacular e no jogo decisivo contra a Itália quando fez o gol do primeiro empate, na derrota de 2-3.


1982, o mundo reconheceu em Dr. Sócrates um craque diferenciado.

Já na Copa de 1986, Dr. Sócrates não ostentava o mesmo preparo físico, porém, fez uma competição elogiável.  O Brasil até o jogo contra a França, empate em 1-1, estava absoluto.  Pena, que Sócrates tenha perdido um penalti decisivo, logo ele, exímio cobrador.  Assim quis o destino do futebol, que um dos mais notáveis, jogadores da geração comandada por Telê Santana, não fosse campeão mundial.
No Corinthians a história tem e deve ser didivida sob a ótica de Rivellino e Sócrates.  Não teve jogador na história do Parque São Jorge, do quilate dos dois.  Se outros ganharam títulos, foram circunstanciais, pois craque na história do Timão, pode-se afirmar que tivemos os dois.  Os demais são jogadores valorosos, mas num patamar quilometros de distância de ambos. 
O passe de calcanhar; as cobranças de penalti e faltas; os passes precisos; o jogador disciplinado; os lançamentos em direção ao gol;  a cabeçada mortal; o futebol de cabeça erguida; o gol sem comemoração (somente ele e Quarentinha); o líder em campo jamais expulso por indisciplina; o goleador; artilheiro dos gols bonitos; o jogador respeitado por árbitros e imprensa; o jogador adorado pelo público corinthiano e dos demais clubes; o homem engajado com a política de seu tempo; as entrevistas de altíssimo nível, são qualidades que só se podem aplicar a um homem – Dr. Sócrates.
Não houve no futebol brasileiro nenhum personagem que chegou próximo  dele.
Intelegente, carismático e craque de bola.
Nunca se preocupou com o futuro.  Viveu e vive o presente.  Como não agradou o Poder, ficou alijado de decisões importantes para o país.  Imagine um homem do quilate de Dr. Sócrates Ministro dos Esportes. É uma pena que tenhamos na vida pública, homens tão pequenos e incomparáveis, comandando o esporte.
Haja vista que Platini e Beckenbauer são exemplos de atuação fora do campo.
Pobre Brasil que não aproveita seus gênios.
Parabéns Dr. Sócrates.  Obrigado pelo belo futebol.  Se não ganhou Copas, problemas das Copas, como diz Fernando Calazans – do O Globo.

INSTITUTO MAIS MEMÓRIA
Por Professor Izaias Nascimento
RESPEITO À HISTÓRIA – RESPEITO AO BRASIL


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