domingo, 1 de abril de 2012

Marciano, um craque que ficou na história do EC 21 de Abril.


No detalhe, já com a camisa do Ubiratan EC
A CARREIRA
Marciano nascido em 27/11/1947, na cidade de Guaíra-Pr, ainda jovem, iniciou a sua carreira como atleta de futebol na equipe de Loanda-Pr, posteriormente foi para a cidade de Ivinhema jogar na equipe da Someco, onde teve a oportunidade de jogar ao lado do atleta/cantor José Rico. Depois de uma temporada em Ivinhema foi para a cidade de Batagassu jogar na equipe do Grêmio Esportivo Bataguassulense; de lá seguiu para a cidade de Presidente Epitácio interior de São Paulo, atuou por vários anos na equipe do Epitaciano aonde disputava as partidas no Estádio Beira Rio. Jogou ao lado atletas famosos da época: Geraldão (Corinthians), Waltinho (Francana), Carala (Goleiro do Prudentina) e muitos outros.  Indicado por atletas e outros diretores, foi contratado pelo 21 de Abril no ano de 1971. No ano de 1973 foi transferido para o Ubiratan EC da cidade de Dourados (disputou vários campeonatos estadual da 1ª divisão).

A ESTRÉIA
O semblante de Claudionor de Albuquerque (Presidente) era de pura felicidade após uma partida de futebol entre o EC 21 de Abril e o EC Vasconcelos da Linha do Barreirão, pelo Campeonato Douradense de Futebol lá pelo início dos anos 70. Lógico, não podia ser diferente, porque a equipe colorada fatimasulense tinha acabado de vencer esta partida pelo placar elástico de sete a zero.

Claudionor, além da felicidade de ganhar a partida, tinha mais um detalhe, estava estreando na equipe o tal de Marciano que há poucos dias tinha chegado da cidade de Presidente Epitácio contratado pelo 21 de Abril.  Simplesmente fez cinco lindos gols dos sete a favor da equipe colorada. Após a partida, muitos torcedores curiosos já se aglomeravam em volta do vestuário para saber a respeito do atleta, que encantou a todos na sua primeira partida na equipe. Todo orgulhoso Claudionor respondia: – Eu que busquei o atleta; outros diretores pegavam uma carona e diziam que tinham ido juntos também, e assim por diante... Na realidade, foram os diretores Icto (Cotia) e José Hamilton (Jaboti) que buscou o atleta na cidade paulista. Naquela ocasião, ninguém imaginaria que estava nascendo à história de um dos mais notável e importante atleta que vestiu a camisa do EC 21 de Abril de Fátima do Sul.

Após os acontecimentos do domingo; segunda-feira nas equinas, nos botecos e nas rodas de bate-papos esportivos, a conversa era uma só: “este Marciano joga muito, é liso igual a um quiabo, é um craque, este o 21 acertou..." E assim o papo foi se consumando. logo em seguida, Claudionor, Cotia, Jaboti, Arthur Valezzi e outros diretores davam as explicações sobre o atleta.
 
UMA PARTIDA INESQUECÍVEL
Num desses encontros em que os diretores querem testar a “bolerada”. A diretoria do 21 de Abril resolveu acertar um amistoso frente a uma equipe da primeira divisão do Futebol do Mato Grosso (antes da divisão do estado). Tinham várias equipes importantes no estado: Dom Bosco, Mixto, Operário, Comercial, Ubiratan e SEI. Com este último o 21 acerta o amistoso, o representante campo-grandense tinha atletas conhecidos como Sabará, Pagão, Zé Coco e muitos outros... Por outro lado o 21 dispunham de alguns craques Cotia, Vando, Gato, Mariápolis, Pacau e Marciano.  Logo os cartazes foram se esparramando pelos cantos da cidade e o Alto Falante do Sr. Cleyton Diniz anunciava o dia da partida entre 21 de Abril  e a  SEI-Sociedade Esportiva Industrial da cidade de Campo Grande.

Chegou o dia!  A apaixonada torcida colorada lotou a pequena arquibancada do estádio Manfredo Alves Correa.  Lembro como se fosse hoje, curioso, presenciei os atletas profissionais da SEI hospedado na Cantina Hotel A Portuguesa e vi alguns atletas tirando “um sarrinho” na pequenina cidade e na equipe do 21 de Abril. Já no estádio, a equipe visitante faz todo aquele aparato (aquecimentos etc.) de equipes profissionais antes de um jogo – mas para pressionar o adversário do que pra tirar proveito. Enquanto que a tímida equipe do 21 se trocava no vestuário com certos diretores dando alguns palpites junto ao técnico; que não lembro quem era, bom, isso não importa.

Começa a partida, logo o atleta Marciano dá o seu cartão de visita com uma matada no peito daquelas que só ele sabia fazer e dá um drible desconcertante no oponente. A SEI abre o placar, em seguida faz dois à zero; Marciano começa fazer jogadas vibrantes, Pacau dá uma ajuda e faz um lindo gol pela ponta esquerda (meio escanteado), com isso, o 21 cresce na partida, Marciano faz o segundo gol e empata a partida na primeira etapa.

Na segunda etapa as duas equipes retornam com a mesma formação. A SEI já retorna assustada com a equipe do 21 de Abril; seu técnico solta a garganta com seus pupilos, dizendo: - Vamos perder aqui!  Tenho certeza que o "Branco" escutou daí você já sabe: “é mesma coisa, que cutucar maribondo com vara curta”.   A equipe visitante faz mais um gol numa falha da defesa, daí pra frente só deu 21. O centroavante fatimasulense só não fez chover nesta partida – foi lindo demais.  Marciano novamente faz um lindo gol e empata a partida. Só não ganhou por circunstância do futebol. Placar final 3 a 3. A torcida colorada fatimasulense ficou toda orgulhosa com o resultado.

O DESTINO
Diante de tudo isso, os diretores da SEI elogiaram a equipe e principalmente o atleta Marciano. Chegaram a conversar sob quais as possibilidades de transferência do atleta para a cidade morena. Com certeza os diretores do 21 não gostaram da ideia e ficaram no anonimato. Após o período de quase três anos no 21 de abril, ele foi transferido para a equipe do Ubiratan no ano de 1973. Jogou também em outras equipes douradense, encerrando a sua carreira como atleta no Saudade EC nessa mesma cidade.

Marciano Melgarejo, hoje, vive na cidade de Dourados, é reconhecido também pela mídia douradense como um dos principais craques que pisou nos gramados douradense. Vive de aposentadoria pelos serviços prestados no funcionalismo público municipal; casado com a Sra. Dirce Camargo Melgarejo, os quais obtiveram as filhas Milene e Márcia (in memorian).

“Parabéns Magrão! Parabéns Branco! Parabéns Marciano!”


Por Carlito Alves
Colaborou com a biografia Icto Gomes (Cotia).



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