segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Sinônimo de goleiro no Brasil, Gylmar agora fica na história

Nos anos 60, Gilmar era sinônimo de goleiro no Brasil.
Ainda sem o y que, só depois se soube, era como o seu nome estava grafado na certidão de nascimento.

Se o "Seguuuura, Taffarel!" virou bordão depois da Copa do Mundo de 1994, "Vooooa Gilmar!", "Espaaaalma, Gilmar", "Defeeende Gilmar!" era só o que a garotada, espalhada pelo país afora, exclamava nas peladas de rua, nos campos de várzea, nas disputas de futebol de botão.

Gylmar dos Santos Neves fez história no Corinthians ao ser o goleiro da conquista do campeonato do 4º Centenário de São Paulo, na seleção brasileira pela qual foi bicampeão mundial em 1958/62, na Suécia e no Chile, e ao ser o goleiro do Santos que encantou o mundo durante uma década, bicampeão mundial de clubes em 1962/63.

Até hoje nenhum outro número 1, embora tivesse jogado com a camisa 3 em 1958, foi titular vitorioso em duas Copas do Mundo seguidas.

Elegante, simpático, jogava com um sorriso no rosto. Quando eventualmente falhava, tirava o pó dos ombros, batia palmas e estimulava os companheiros: "Vamos lá! Aqui não entra mais nada." E não entrava mesmo.

Um desses ombros, por sinal, o direito, acolheu o menino Pelé em prantos, numa imagem histórica, depois da conquista na Suécia.
Apelidado de Girafa por ser alto para a época, com 1,81 metro, e esguio, foi dos primeiros goleiros a abandonar o uso de joelheiras. Não por escolha voluntária, mas porque o roupeiro da CBD esqueceu de levá-las e ele preferiu assumir a falha como se por ordem dele.

Lançou a moda no Brasil que assistiu ao lento e gradual abandono do apetrecho, incômodo, além do mais. Daí para que aposentassem também as cotoveleiras foi um pulo.

Seu ar de galã e fina educação não bastaram para convencer os pais de sua Raquel, moça da sociedade paulistana, porque o estigma de ser jogador de futebol falava mais alto, então. 

Sua maior defesa, gostava de contar antes de sofrer, em 2000, um AVC que o condenou à cadeira de rodas, foi convencer a família da amada para se casar com ela, companheira inseparável desde então.

Entre as defesas monumentais que fez em sua carreira iniciada no Jabaquara de Santos, em 1945, e encerrada no Santos em 1969, com passagem pelo Corinthians entre 1951 e 1961, está a contra a seleção espanhola, na Copa do Chile, ao dar uma cambalhota no chão e evitar o que seria o gol de 2 a 0, que provavelmente eliminaria a seleção brasileira.

Gylmar era original até para bater tiros de meta, dando toques curtos com a ponta da chuteira no gramado.

Aos 83 anos completados anteontem, Gylmar sai do gol e fica na história.

Fonte: Folha

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