O goleiro será Márcio Greyk ou Pesão? Quem vai começar na lateral direita: Caique ou Tony Angelo? Será Thiago Sebastian o responsável pela criação dos lances de ataque?
Essas são perguntas que o técnico do Jacuipense, Emerson Pereira, não poderá responder na Copa Governador do Estado da Bahia, que começa neste fim de semana.
O treinador perdeu a autonomia para definir a escalação do time. Irá apenas cumprir ordens. Dos torcedores.
A decisão foi tomada pela HWT, empresa de marketing esportivo que gere o futebol da equipe de Riachão do Jacuípe, cidade de 43 mil habitantes a 186 km de Salvador.
"A ideia nasceu de uma decepção. Éramos líderes do Baiano, mas começamos a tropeçar. A torcida e a gente pedia mudanças de jogadores, mas mantivemos a ética do futebol e deixamos o treinador montar o time dele. Não deu certo", conta Wilson Trecenti, dono da empresa.
Mas não só de razões esportivas vive o projeto.
"Planejamos ter mil participantes já no primeiro mês. Se der certo, vamos passar a cobrar por ele. Queremos transformar em mais uma receita para o clube", afirma o presidente Felipe Salles.
A partir do confronto com o Vitória, no dia 12, o torcedor poderá definir a escalação do Jacuipense via aplicativo para celulares e tablets chamado "Total Choice".
O projeto prevê para o futuro interferências na escolha de uniformes, contratações e até mesmo substituições durante uma partida.
Experiência semelhante foi testada no Ebbsfleet United, hoje na sexta divisão inglesa. O clube foi controlado por mais de 20 mil acionistas de 2008 a abril. Após um ano de resultados ruins, os cotistas abdicaram de escalar o time.
Fonte: Folha de S. Paulo
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