sábado, 2 de março de 2013

Triste sina do Estádio Morenão - Gilson Cavalcanti Ricc


Com muita tristeza, reporto-me neste modesto artigo ao monumental Estádio Universitário de Campo Grande, alcunhado “Morenão” pela mídia esportiva, que introduziu tal pejorativo ao grandioso gigante de concreto e aço. Quando passo à sua frente, vejo ali um veemente libelo acusatório desfavorável aos comandantes do futebol estadual, sobremaneira contra o desprezo dos políticos locais ao futebol de Mato Grosso do Sul, que tanto nos orgulhou no passado por sua trajetória brilhante diante de poderosos adversários nacionais e estrangeiros.
Foi inaugurado em 7/3/1971, com o jogo entre Flamengo e Corinthians diante de uma platéia de mais de 30 mil torcedores, vencendo o Flamengo por 3 x1. A partir de então, o estádio passou a receber grandes equipes do futebol brasileiro, tornando-se uma das praças esportivas mais concorridas do Brasil, onde o público aficionado vibrava em memoráveis jogos do Campeonato Brasileiro, como na épica vitória do Operário sobre o Palmeiras por 2 x 0, ocorrida em 23/2/1978 perante 38.122 torcedores, que vibraram freneticamente com os lances do heróico time campograndense frente ao poderoso adversário paulista.
Fatos curiosos aconteceram ali, como na noite de 6/3/1982, durante o jogo entre Operário e Vasco - vencido pelo Operário por 2 x 0 -, quando o estádio fora atacado por uma esquadrilha de discos voadores, diante de 25.575 testemunhas – recorde mundial de videntes de OVNI, segundo a Wikipédia. O fato foi alardeado pelas equipes de rádio e televisão que transmitiam o jogo, causando perplexidade a todos os presentes, como também aos telespectadores e ouvintes de outras cidades, servindo o episódio de pilhéria por muito tempo no âmbito futebolístico nacional. Com capacidade para 45 mil torcedores, é o maior estádio universitário da América Latina e figura na décima posição entre os maiores estádios brasileiros, conforme ainda a Wikipédia. Portanto, é uma pena vê-lo agora condenado ao abandono - como uma inútil ruína inca dominada pelos morcegos.
Culpa tem a cúpula do futebol sul-mato-grossense pela triste sina de um monumento grandioso, como foi no passado o nosso pujante Estádio Universitário, o “Morenão”. A estupidez impede que encontrem soluções inteligentes para o ressurgimento daquele saudoso e atraente futebol. Peca a classe política, por deixar morrer à míngua todo um passado de glória, desconsiderando o elevado dispêndio garantido pelo erário público na construção do monumental estádio. O governo não vacilou diante dos números para levar a termo tão grandiosa obra. Contudo, não adotou estratégia jurídica para manter o interesse do torcedor local. O resultado aí está: jogos ruins na periferia da cidade e minguado público, enquanto no mesmo momento foguetes explodem nos céus de Campo Grande durante os jogos do Rio, São Paulo e outras cidades brasileiras, transmitidos pela televisão. A estupidez impede que encontrem soluções inteligentes para o Morenão renascer Triste sina do Estádio Morenão. Gilson Cavalcanti Ricci Advogado.
Fonte: O Estado do MS

Nenhum comentário:

Obrigado por ter acessado este Blog.


O EC 21 de Abril-Master de Fatima do Sul, agradece pela a sua visita a este Blog.