segunda-feira, 21 de maio de 2012

O possível retorno de Bruno ao Gol do Flamengo


“Vamos sentar e ter toda boa vontade para ter o retorno, mas precisamos entender como será essa liberdade. Temos que saber se ele poderá se ausentar da comarca onde está sendo julgado [Minas Gerais] e se poderá dormir fora de casa durante esse período”, esclareceu o vice jurídico do clube carioca.
A partir desta análise do departamento jurídico do Flamengo, creio que algumas reflexões merecem destaque.
  1. Meu colega Rodrigo Falcão – psicólogo do esporte – fez um comentário fundamental e extremamente pertinente a esta questão: “O futebol tem uma dimensão gigantesca, imaginem se isso ocorrer realmente, qual será o impacto para quem trabalha na formação e desenvolvimento de crianças e jovens? Não só com o esporte, mas em outros contextos também”.  Boa, Rodrigo! Por outro lado, os clubes não demonstram a preocupação que deveriam na promoção e prevenção de saúde no esporte nem – muito menos – nos cuidados fundamentais na formação dos atletas. Deixam os garotos a “Deus dará” em termos de cultura, comportamento e ausência de modelos construtivos e positivos – vivendo apenas a dinastia do capital e dos melhores negócios para enriquecer a qualquer custo.

  2. O Flamengo é, hoje, um time quebrado. Tão quebrado que, pelo visto, não rescindiu o contrato do atleta. Se tivesse dinheiro em cofre e o mínimo de coerência política-administrativa-financeira e jurídica, já teria resolvido este imbróglio anos atrás. Aliás, se tivesse tudo isso, não teria afastado o Zico da forma que foi feita, não teria demitido o psicólogo do esporte Paulo Ribeiro – que, com 20 anos de servições brilhantes prestados ao clube – foi desligado do clube pelos caprichos do Luxemburgo. Enfim, são tantos absurdos que melhor nem começar a listar.
  3. Imaginem o Engenhão lotado e o Bruno no gol do Flamengo num clássico. O que isso representará para o futebol brasileiro às vésperas de uma Copa do Mundo? Qual será a repercussão nacional e internacional do retorno do goleiro aos holofotes da fama? Como seria o grito das torcidas? Já pensou?

  4. Se o tal do Macarrão assumir toda a culpa pela morte da Elisa, o Bruno sairá como inocente do caso e continuará sua carreira normalmente como atleta do Flamengo. E a torcida do clube? Como receberá o goleiro? E no seu clube, o que você acharia de recebê-lo?
  5. A incoerência, raiva, revolta e tristeza que a possível volta do goleiro aos campos de futebol gerou na opinião pública é algo digno de nota. Pelas redes sociais, a esmagadora maioria está revoltada com esta situação. Tenho cá minhas dúvidas se a Gávea será, assim, tão receptiva!

  6. Ainda que não seja provado e comprovado que Bruno matou Elisa, somente pelo seu envolvimento no caso – já me parece suficiente para que as portas do futebol sejam fechadas para ele. Aliás, se Bruno sair mesmo da prisão e reingressar no clube carioca, não terá cumprido pena alguma (mesmo que por participação indireta no caso)e Macarrão mofará na cadeia por longos 30 anos. Será correto e a justiça teria sido realizada neste caso?
São muitas as dúvidas e reflexões que o caso merece. Confesso que, em meio à tristeza, angústia e desânimo, encerro este post com a célebre frase e real constatação de Charles De Gaulle: “O Brasil é um país que não deve ser levado a sério”.
E ele tinha razão!
Fonte: Blog do João Ricardo Cozac  "Gol de Cabeça"

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